Uma das construções históricas da cidade é o Centro Cultural Amílcar de Castro, mais conhecida como Estação Ferroviária.
(A estação em junho de 2010)
Ainda me lembro dos trilhos que saiam do pátio da estação e atravessavam a rua de paralelepípedos...
As informações que reproduzo a seguir foram tiradas do blog Estações Ferroviárias do Brasil, de Ralph Mennucci Giesbrecht.
Ramal de Paraisópolis - km 239 (1957) | | MG-2018 |
| | Inauguração: 24.02.1912 |
Uso atual: centro cultural | | sem trilhos
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Data de construção do prédio atual: 1914
HISTÓRICO DA LINHA: As informações dão conta da sua construção por volta de 1912. A linha saía da estação de Piranguinho. O ramal foi desativado em 22/05/1964. |
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A ESTAÇÃO: A estação de Paraisópolis foi inaugurada em 1912, mas o prédio atual, muito bonito, somente foi aberto em 1914, conforme dístico, que também mostra o nome da RMV - que somente assumiu a estação e a linha em 1931. O nome da cidade durante a construção era São José do Paraíso: "Prosseguem com grande atividade os trabalhos de construção do ramal ferreo que a Companhia Sapucahy está construindo do Piranguinho a São José do Paraiso, passando pela villa de Vargem Grande, no Estado de Minas. O serviço de locação já se acha no lugar denominado Vera Cruz, adiante de Vargem Grande e duas léguas em direcção a São José do Paraíso" (O Estado de S. Paulo, 9/10/1909).
ACIMA: A estação de Paraisópolis em 1914 (Cessão Ricardo P. Palma - Acervo Projeto Paraisopolis Histórico).
Era a ponta de linha do ramal. Este foi desativado em 1964 e teve os trilhos retirados. Pelo menos até setembro de 1962 ainda constavam trens de passageiros que faziam a linha Itajubá-Paraisópolis nos guias Levi. Hoje (10/2004) o prédio abriga o Centro Educacional e Cultural Amilcar de Castro. Do lado da plataforma, o pátio não era largo - provavelmente o trem manobrava mais para a frente ou para trás da estação, posto que o pátio era estreito pois há um desnível que desce para a rua de baixo, antiga, com várias casas. Como a estação era terminal de ramal, supõe-se que deveria existir um virador, ou triângulo em algum ponto para reverter a composição. "Existia mesmo um virador próximo à estação onde hoje há uma rua em frente a um edifício de apartamentos. Esta rua foi construída bem em cima do virador que foi aterrado. Com |
isso revivi minhas reminiscências de infância, pois me lembro quando ainda bem pequeno, na década de 1970, andava neste virador, que era todo cimentado, de carrinho de rolimã. Não cheguei a ver o trem funcionar, as conheço as histórias de que a criançada da época corria para ajudar empurrar a locomotiva no virador para seguir na linha do lado contrário" (Demétrio Mota, 06/2005). Notícias de jornais de 1911 dão conta que a intenção era de se prolongar o ramal para o Estado de São Paulo, provavelmente para encontrar o ramal de Piracaia, em Piracaia, da E. F. Bragantina, que não era muito distante dali, passando pela cidade de Joanópolis, já em São Paulo e entre as duas terminais. Nessa época ambos os ramais estavam em fase final de construção. Porém, existe uma montanha bastante alta que dificulta a passagem de trens entre Paraisópolis e os lados de Joanópolis. Teria sido mais fácil a continuação para encontrar a E. F. Campos do Jordão, com terminal, construído em 1914, também próximo.
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local, 2004; Ricardo P. Palma; Sud Mennucci; Helcio Jusioli Tagliolato; Demétrio Mota, 2005; Acervo Projeto Paraisopolis Histórico; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; O Estado de S. Paulo, 1909; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-65)
Estação de Paraisópolis, em 1956. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958 |