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sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Óia o trem!!!!"

Uma das construções históricas da cidade é o Centro Cultural Amílcar de Castro, mais conhecida como Estação Ferroviária.


(A estação em junho de 2010)


Ainda me lembro dos trilhos que saiam do pátio da estação e atravessavam a rua de paralelepípedos...


As informações que reproduzo a seguir foram tiradas do blog Estações Ferroviárias do Brasil, de Ralph Mennucci Giesbrecht.




Ramal de Paraisópolis - km 239 (1957) MG-2018
 Inauguração: 24.02.1912
Uso atual: centro cultural sem trilhos

Data de construção do prédio atual: 1914
HISTÓRICO DA LINHA: As informações dão conta da sua construção por volta de 1912. A linha saía da estação de Piranguinho. O ramal foi desativado em 22/05/1964.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Paraisópolis foi inaugurada em 1912, mas o prédio atual, muito bonito, somente foi aberto em 1914, conforme dístico, que também mostra o nome da RMV - que somente assumiu a estação e a linha em 1931. O nome da cidade durante a construção era São José do Paraíso: "Prosseguem com grande atividade os trabalhos de construção do ramal ferreo que a Companhia Sapucahy está construindo do Piranguinho a São José do Paraiso, passando pela villa de Vargem Grande, no Estado de Minas. O serviço de locação já se acha no lugar denominado Vera Cruz, adiante de Vargem Grande e duas léguas em direcção a São José do Paraíso" (O Estado de S. Paulo, 9/10/1909).
ACIMA: A estação de Paraisópolis em 1914 (Cessão Ricardo P. Palma - Acervo Projeto Paraisopolis Histórico).
Era a ponta de linha do ramal. Este foi desativado em 1964 e teve os trilhos retirados. Pelo menos até setembro de 1962 ainda constavam trens de passageiros que faziam a linha Itajubá-Paraisópolis nos guias Levi. Hoje (10/2004) o prédio abriga o Centro Educacional e Cultural Amilcar de Castro. Do lado da plataforma, o pátio não era largo - provavelmente o trem manobrava mais para a frente ou para trás da estação, posto que o pátio era estreito pois há um desnível que desce para a rua de baixo, antiga, com várias casas. Como a estação era terminal de ramal, supõe-se que deveria existir um virador, ou triângulo em algum ponto para reverter a composição. "Existia mesmo um virador próximo à estação onde hoje há uma rua em frente a um edifício de apartamentos. Esta rua foi construída bem em cima do virador que foi aterrado. Com 
isso revivi minhas reminiscências de infância, pois me lembro quando ainda bem pequeno, na década de 1970, andava neste virador, que era todo cimentado, de carrinho de rolimã. Não cheguei a ver o trem funcionar, as conheço as histórias de que a criançada da época corria para ajudar empurrar a locomotiva no virador para seguir na linha do lado contrário" (Demétrio Mota, 06/2005). Notícias de jornais de 1911 dão conta que a intenção era de se prolongar o ramal para o Estado de São Paulo, provavelmente para encontrar o ramal de Piracaia, em Piracaia, da E. F. Bragantina, que não era muito distante dali, passando pela cidade de Joanópolis, já em São Paulo e entre as duas terminais. Nessa época ambos os ramais estavam em fase final de construção. Porém, existe uma montanha bastante alta que dificulta a passagem de trens entre Paraisópolis e os lados de Joanópolis. Teria sido mais fácil a continuação para encontrar a E. F. Campos do Jordão, com terminal, construído em 1914, também próximo.
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local, 2004; Ricardo P. Palma; Sud Mennucci; Helcio Jusioli Tagliolato; Demétrio Mota, 2005; Acervo Projeto Paraisopolis Histórico; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; O Estado de S. Paulo, 1909; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-65)

Estação de Paraisópolis, em 1956. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958

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