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terça-feira, 2 de novembro de 2010
São José do Paraízo – Almanak Laemmert 1885
domingo, 31 de outubro de 2010
Libertas Quæ Sera Tamen
“Sou de opinião que a província de Minas deve dividir-se, e se aparecesse nesta casa um projeto compreendendo esse pedaço (comarca do Sapucaí), parte da comarca do Rio Verde, e mais alguma coisa para formar uma província, eu daria o meu voto com muita satisfação.”
Art. 1º As Comarcas do Sapucaí, Rio Verde e Três Pontas, e o município de Lavras, pertencentes à província de Minas, formarão uma nova província. Tendo por capital provisória o lugar que o governo designe, até definitiva resolução da assembléia provincial respectiva.Art. 2º Os limites atuais daqueles pontos em relação às outras províncias, depois de verificados administrativamente, serão os limites da nova província (MONITOR SUL-MINEIRO, 13/07/1873).
Outro Projeto de Lei, apresentado pelo deputado Américo Lobo, a 11 de Julho de 1868, continha as seguintes disposições:Art. 1º Fica elevado à categoria de província, com a denominação de província de Minas do Sul, o território da província de Minas Gerais, compreendido entre as do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, tendo por limites o rio Turvo até sua confluência no rio Grande; este abaixo até as contravertentes do Rio São Francisco, a alcançar a cordilheira que divide as águas do mesmo rio São Francisco das do rio Paranaíba; e este abaixo desde sua nascente na mesma cordilheira até os limites da província de Goiás.Art. 2º A nova província terá por capital a cidade da Campanha da Princesa, enquanto a assembléia respectiva não decretar o contrário.Art. 3º A província de Minas do Sul dará três senadores e dez deputados à assembléia geral; sua assembléia provincial constará de 28 membros. Dos 10 atuais senadores da província de Minas Gerais serão designados por parte, em sessão do senado, depois de sancionada esta lei, os três que serão considerados da província de Minas do Sul.Art. 4º Os atuais 3º e 4º distritos eleitorais da província de Minas Gerais darão cada uma 2, em vez de 3 deputados e o 7º continuará a dar 2; e a mesma província dará sete senadores e sua assembléia provincial terá 35 membros.Art. 5º A Província de Minas do Sul fica dividida em dois distritos eleitorais: o 1º compreendendo os municípios da Aiuruoca, Baependi, Cristina, Itajubá, Jaguari, Pouso Alegre, Caldas, Alfenas, Campanha, Três Pontas e Lavras; e o 2º as de Passos, Jacuí, Uberaba, Desemboque, Araxá, Campo Grande, Prata, Bagagem e Patrocínio; continuando a ser apuradora do 1º distrito a câmara municipal da Campanha da Princeza e será do 2º a do Araxá.Art. 6º O governo fica autorizado para criar na província de Minas do Sul administração dos correios, tesouraria de fazenda, que será encarregada também da arrecadação e administração das atuais rendas provinciais enquanto a assembléia respectiva não decretar o contrário, e as secretarias de polícia e da presidência, subsistindo a organização desta enquanto a mesma assembléia não alterá-la (MONITOR SUL-MINEIRO, 1873).
Art. 1º Ficam elevados à categoria de província, com a denominação de província do Sapucaí, o município de Lavras e os que compõem as comarcas de Baependi, Jaguari, Sapucaí e Rio Grande, da província de Minas Gerais, menos o termo de Pium-í.Art. 2º A cidade da Campanha da Princesa será a capital da província do Sapucaí, enquanto a respectiva assembléia não deliberar o contrário.Art. 3º A província do Sapucaí dará 2 senadores e 5 deputados à Assembléia Geral; sua Assembléia Provincial comporá de 28 membros. Dos 10 senadores da província de Minas Gerais serão designados por sorte, em sessão do Senado, depois de sancionada a presente lei, os que serão considerados da província do Sapucaí.Art. 4º Dará 2 deputados à Assembléia Geral o atual 3º distrito da província de Minas Gerais, cuja Assembléia Provincial constará de 45 membros.Art. 5º A província do Sapucaí fica dividida em dois distritos eleitorais, dos quais o 2º dará dois deputados à Assembléia Geral e doze à Provincial: o governo designará os respectivos colégios eleitorais e câmaras apuradoras.Art. 6º O governo fica autorizado para criar na província do Sapucaí a administração dos correios, tesouraria da fazenda, que será também encarregada da administração e arrecadação das atuais rendas provinciais, enquanto a respectiva assembléia não decretar o contrário, e as secretarias da polícia e presidência, subsistindo à organização desta, enquanto a mesma assembléia não altera-la. [...] (MONITOR SUL-MINEIRO, 20/07/1873).
sábado, 30 de outubro de 2010
Os Primeiros Anos: Entre a Cruz e a Espada
Capítulo I – Um Cavaleiro Imperial no Paraíso
Manoel Francisco Barbosa Sandoval, Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa
Condecorado por D. Pedro II aos 2/12/1850
Dizem que a história é composta e contada por fatos, mas o que seriam dos fatos se não fossem os personagens que ocasionam, criam, vivem, os fatos?
Gaspar Vaz da Cunha, José Alves de Lima e Francisco Vieira Carneiro, sem dúvidas, são os pilares sobre os quais se ergueu Paraisópolis (sem, é claro, nos esquecermos daqueles que, ao lado dos referidos, lutaram pelo desbravamento destas terras e pela construção da primeira igreja e da vila), mas ainda nos primeiros anos de existência recebemos como morador um ilustre personagem: Manoel Francisco Barbosa Sandoval, Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, condecorado pelo próprio Imperador D. Pedro II.
Nascido em São Gonçalo do Sapucaí, MG, em 1790, alista-se no Exército Imperial e, como militar, percorre boa parte da região Sul do País, casando-se em 1809 com Eufrazia Joaquina Rosa e constituindo família. Por volta de 1840 retorna à região sul mineira
Em 1850, aos 2 de Dezembro, foi nomeado, por decreto da mesma data, Cavaleiro da Ordem da Rosa Imperial pelo Imperador D. Pedro II. Do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, Notação Ordens Honoríficas, Ordem da Rosa :
"Hei por bem nomear Cavalleiros da Ordem da Rosa as pessoas mencionadas na relação que com este abaixo assignado pelo Visconde de Montalegre do Meu Conselho de Estado e Ministro e Secretario de Estado dos Negocios do Império.
Palacio do Rio de Janeiro em dois de Dezembro de mil oitocentos e cincoenta, vigésimo nono da Independência e do Império.
P [letra P rebuscada, assinatura do Imperador D. Pedro II]
Visconde de Montalegre
Reg,do a f. 44 do L.o 2ð
de sism.es
2 10.bro 1850 [2 de Dezembro de 1850]
Relação das pessoas nomeadas Cavalleiros da Ordem da Rosa a que se refere o Decreto desta data.
Manoel Francisco Barboza Sandoval --- Minas".
Sua participação na história de Paraisópolis está ligada à um pitoresco episódio: queríamos ser paulistas! Em 1853, ocupando os cargos de Subdelegado, Primeiro Suplente e Juiz de Paz em São José do Paraíso, em 6 de novembro de 1853, é citado numa petição para passar a cidade para a Província de São Paulo. Do livro "Paraisópolis de Ontem e Hoje", de João Lopes de Paiva , 1982.
“Estava assim redigida a petição da Freguesia de São Jose do Paraíso solicitando a anexação do seu território à Província de São Paulo:
’Ilustríssimos Senhores Membros da Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo.
Os moradores da Freguesia de São Jose do Paraíso do Município de Pouso Alegre da Província de Minas Gerais abaixo assinados, anelando fruir as vantagens que a solicitude do Governo dessa Província tem proporcionado aos seus habitantes, mui respeitosamente vem procurar a coadjuvação dessa ilustrada Assembléia perante a Augusta Assembléia Legislativa do Império afim de adotar-se a medida que há de realizar os desejos e as vistas dos abaixo assinados.
A posição topográfica, as relações comerciais religiosas e familiares reclamam altamente esta medida.
Distante 25 léguas apenas dessa Capital e mais de 80 da sede do Governo de Minas, pertencendo a São Paulo, os abaixo assinados esperam receber o desenvolvimento que o comércio, a agricultura e a indústria pode trazer o alívio de anti-econômicos e pesados tributos, a abertura de nossas vias de comunicações, os consertos das que existem atualmente abandonadas e principalmente a eficaz proteção à vida, à segurança individual e à propriedade até aqui tidas em pouca consideração.
Uma divisa natural e por conseguinte incontestada deve ser sempre que for possível procurada pelos Legisladores em matéria de divisões, e pois os abaixo assinados tomam a liberdade de para divisas das duas Províncias o Rio Sapucaí, compreendendo-se na de São Paulo todo o território situado aquém deste rio, e as povoações que, para glória dos antigos paulistas são ainda hoje o vivo testemunho do começo de suas intrépidas e virtuosas excursões.
Os abaixo assinados confiam que a Augusta Assembléia Geral adotará a medida reclamada pelos interesses do país se essa Assembléia Provincial houver por bem coadjuvá-los em suas justas e incontestáveis pretensões. Deus guarde por muitos anos aos Senhores Deputados da Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo.
São Jose do Paraíso, 6 de Novembro de 1853.’
Assinaturas :
Manoel Francisco Barbosa Sandoval, Cavaleiro Imperial da Ordem da Rosa , Sub-delegado 1º Suplente e Juiz de Paz.
Joaquim Francisco de Toledo.
Tenente Coronel Jose Vieira Carneiro.
João Pedro Pereira.
Capitão Jose Silvestre Machado.
João Bernardino de Castro.
Jose Justino Ribeiro.
Leandro Barcelos Bueno de Toledo.
Jose Fernandes da Silva Santos.
Francisco Floriano Pinto.
Mariano da Mota Paes.
Jose Thomaz Pereira Goulart.
Januário Rodrigues Mendes.
Francisco Joaquim de Almeida.
E mais 63 outros assinantes perfazendo 77 assinaturas. Todavia não logrou efeito essa manifestação do Sul de Minas em que tomaram parte Jaguary, São Caetano da Vargen Grande, Itajubá, Pouso Alegre, Ouro Fino, Campo Místico, Nossa Senhora da Consolação do Capivary, Cambuí, Bom Retiro, Santa Rita da Extrema e São Jose do Toledo".
Em 25 de Agosto de 1866, viúvo e com 76 anos de idade, veio a falecer e foi sepultado no Cemitério de Paraisópolis.
Livro de Óbitos nº 1, da Freguezia de São Jose do Paraíso, MG:
“Aos vinte e cinco de Agosto de mil oitocentos sessenta e seis, neste Cemitério, foi sepultado o cadáver de Manoel Francisco Barboza Sandoval envolto em preto e de idade de setenta e seis annos, viuvo, de que para constar mandei fazer este termo.
O Vigr.o João Alves Carv.lho Guimarães.”
Poucas palavras encerraram a trajetória de um Cavaleiro Imperial que tentou fazer do Sul de Minas o Norte de São Paulo…
(fontes de pesquisas complementares: “A origem da família Barbosa Sandoval”, disponível em: http://rlavodnas.blogspot.com/; “Sandoval em Paraisópolis e Paraibuna”, disponível em: http://paraisopolisparaibuna.blogspot.com/; ambos acessados em 30/10/2010)
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Primeira descrição do município de Paraisópolis (1878)
Os Primeiros Anos (1826 - 1850)
Alvará da Criação da Capela de São José das Formigas
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
O Fundador
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Os Bandeirantes
Sabedores do valor da riqueza mineral que poderia estar escondida atrás das verdejantes serras, assim que se estabeleciam, os colonizadores tratavam de organizar expedições de reconhecimento do território e de exploração. Era a corrida do ouro...
A Corte Portuguesa tentava intimidar os exploradores não-oficiais, para que não perdesse o controle e o direito sobre as riquezas a serem descobertas. Mas histórias contadas por nativos capturados e por corajosos exploradores solitários, sobre o amarelo faiscante do leito dos rios e das serras recobertas de preciosidades, foram mais fortes do que a Coroa.
Assim nasceram as “Bandeiras”, incursões ao interior inexplorado, em geral organizadas pelos paulistas sediados na Vila de São Paulo de Piratininga, ou nas nascentes vilas do Vale do Paraíba.
Começava o tempo dos heróis e vilões: eram os “Plantadores de Cidades” desbravando e conquistando o interior do Brasil, à custa do massacre e escravização dos nativos.
domingo, 6 de junho de 2010
Período Colonial
Na primeira foi então criada mais uma Comarca: Serro do Frio (com sede em Vila do Príncipe, atual Serro). O primeiro governador da nova capitania das Minas Gerais, D. Lourenço de Almeida tomou posse a 18 de agosto de 1721 na vila do Carmo. Uma de suas primeiras providências foi a instalação da sede do governo em Vila Rica.
Posteriormente, em 1748, no contexto da demarcação dos limites entre a América Portuguesa e a Espanhola, as regiões de Mato Grosso e Goiás foram desmembradas da de São Paulo, sendo criadas duas capitanias autônomas: a capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela da Santíssima Trindade e a de Goiás, com capital em Vila Boa de Goiás.
A partir de 1772, a Coroa Portuguesa assumiu integralmente a produção diamantífera nas Minas Gerais, criando uma empresa para tal fim, a Real Extração dos Diamantes.
Período Pré Colonial
Sem comprovação ainda, estima-se que as pinturas rupestres encontradas em Extrema (Pedra do Índio) e Tocos do Moji, datam de mais de 2500 anos atrás. As escavações arqueológicas em Conceição dos Ouros revelaram materiais de cerâmica (utensílios, urnas funerárias, etc.) datando em torno de 700 anos atrás.
"Os homens da pré-história mineira não moravam em cavernas, apenas aproveitavam casualmente as suas partes abrigadas, porém iluminadas, para se proteger das chuvas ou do sol quente. Em zonas mais frias, o sul de Minas e o Alto São Francisco (Pains e Arcos), faziam casas subterrâneas. Escavavam o solo a três metros de profundidade, abrindo valas de até 20 metros de diâmetro, e recobriam o local com um teto" (Revista Minas Faz Ciência Nº 11 - jun a ago de 2002).
"Essas aldeias de casas subterrâneas indicam um novo modo de vida introduzido pelos grupos de língua Jê, pois se encontram casas isoladas ou agrupadas em conjuntos, subterrâneas e semi-subterrâneas, elípticas, desde o sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul" (Etnoconhecimento e saúde dos povos indígenas do RS).
Embora ainda sem estudos detalhados, acredita-se que a população indígena que habitava essa região eram denominados “Cataguases” pelos bandeirantes paulistas (que usavam genericamente esse termo para designar qualquer grupo não tupi que habitasse florestas – o termo significa “aquele que vive no mato”, sendo uma derivação de caá – “campo, mata ou árvore”, tã – “duro ou bruto”, e guá – “vale”).
Outros estudos indicam que os grupos aqui existentes seriam os Coroados (Kaiagang), Carapós e Puris (Os Sertões Proibidos da Mantiqueira: desbravamento, ocupação da terra e as observações do governador Dom Rodrigo José de Meneses). Em referências ao bandeirante Fernão Dias Pais, citam-se índios Mapaxos. Já o bandeirante Matias Cardoso de Almeida, capitão-mor e adjunto de Fernão Dias Pais, é citado como tendo expulsado os “terríveis índios” lopos da região de Atibaia e Sapucaí (?).
sexta-feira, 2 de abril de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
Origens
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Gênese
Além do mais, obras de referência sobre a cidade são poucas e relativamente desatualizadas; o principal livro escrito sobre a cidade foi "Paraisópolis de Ontem e Hoje", de João Lopes de Paiva, em 1982 (quase 30 anos atrás!). Consegui reunir material escrito, recorrendo a amigos que me forneceram trabalhos escolares, aos alunos que me abasteceram com inúmeras fotos, mas estamos ainda na gênese de nosso projeto, pois há muito o que se fazer, organizar e descobrir.